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Nunca tantos deveram tanto a tão poucos

Profissionais da saúde são os verdadeiros heróis em meio a tempos conturbados.

Quando reflito sobre o que estamos vivendo diante dessa crise do Coronavírus e o trabalho dos profissionais da saúde, lembro-me de uma história que um amigo meu, Renato Bolinha, certa vez me contou sobre a Segunda Guerra Mundial que eu não conhecia. Era sobre a Batalha da Inglaterra. Em junho de 1940, Hitler conquistava a Europa Ocidental e apenas a Inglaterra resistia. Sua invasão seria, portanto, o golpe final para a vitória definitiva do nazismo.

A Alemanha planejou a invasão da Inglaterra pelo mar, mas, para tanto, deveria primeiramente obter a superioridade aérea na região. De julho a outubro de 1940, o céu da Inglaterra foi testemunha da mais importante batalha aérea da história. Os alemães com a maior Força Aérea do mundo (Luftwaffe) e a Inglaterra com uma Força Aérea (RAF) bem menor, porém mais ágil, com mais tecnologia (possuía os desconhecidos radares) e com um elemento decisivo: apoiada pela vontade de vencer do seu povo e uma liderança que sabia conduzir as ações, Winston Churchill.

Com menos aviões e menos pilotos, a RAF enviava para combate os jovens recém-formados, que não tinham medo de enfrentar o inimigo. Muitos eram abatidos e resgatados pela Marinha Imperial e imediatamente recolocados em combate. Alguns até quatro vezes no mesmo dia. Passados quatro meses do desgastante combate, a Inglaterra estava prestes a sucumbir, selando também o destino da humanidade. Porém, a postura e resistência dos seus jovens pilotos obrigou Hitler a mudar sua estratégia, diminuindo as ações nessa frente de batalha, o que permitiu à Inglaterra se recompor. Foi essa reação do povo inglês que salvou a humanidade. Em um discurso que entrou para a história, Churchill resumiu numa frase o desempenho dos seus pilotos:

“Nunca tantos deveram tanto a tão poucos”

Hoje, 80 anos depois, vivemos uma guerra completamente diferente. Dessa vez, o céu da Inglaterra é o planeta inteiro. Os poucos, dessa vez, são em maior número: profissionais da saúde que, hoje, estão no front da batalha arriscando suas vidas para salvar milhares. Alguns deles abrem mão da convivência da sua própria família para se dedicar a pacientes que não conhecem, trabalhando horas e horas sob imensa pressão, sem ao menos saber quando isso vai acabar. E, assim como os pilotos ingleses eram abatidos e voltavam para o combate, alguns serão contagiados e voltarão para o front assim que passar a quarentena, porque eles sabem a importância que têm nessa guerra.

A pergunta que fazemos é: porque eles se arriscam? A resposta é muito simples: porque na área da saúde se tem o maior propósito que existe: a Vida. Nessa hora, trabalhar para manter vidas é o que motiva essas pessoas, mesmo que isso signifique correr o risco de perder as suas. Quando menciono os profissionais da saúde, estou falando de todos que trabalham para a máquina funcionar, desde os médicos aos responsáveis pela limpeza dos ambientes hospitalares, passando também pelos pesquisadores, que muitas vezes, questionados pela sociedade – eu mesmo me incluo nesse grupo – assumem a responsabilidade de encontrar uma saída para acabar com o inimigo.

Vamos seguir fazendo a nossa parte e apoiando os profissionais da saúde para que continuem com a vontade de vencer esse inimigo invisível e inesperado, mesmo diante de tanta dificuldade.

Finalizo agradecendo, em nome de muitos, os poucos que estão arriscando as suas vidas. Obrigado a todos vocês por lutarem por nós. E, quando isso tudo passar, espero encontrar o Bolinha novamente e falar para ele: “mais uma vez, nunca tantos deveram tanto a tão poucos.”

 

Cristiano Brega – CEO Confiance Medical

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